Mais Médicos abre novo edital com 2,2 mil vagas e cadastro reserva: veja o que muda

Mais Médicos abre novo edital com 2,2 mil vagas e cadastro reserva: veja o que muda

O programa Mais Médicos, criado para ampliar o acesso à saúde no Brasil, acaba de anunciar um novo edital. De acordo com as informações oficiais, serão oferecidas 2,2 mil vagas para profissionais da área, além da criação de um cadastro de reserva. 

A novidade foi divulgada nesta segunda-feira (17) pelo próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília.

Inscrição para os municípios

Os municípios que enfrentam maior grau de vulnerabilidade e precisam de reforço na saúde pública terão até o dia 24 de março para aderir ao programa por meio do sistema de informação oficial.

A previsão é de que o processo de seleção aconteça em abril, com os novos médicos começando a atuar já no mês seguinte, ou seja, maio. 

Com essa nova rodada de contratações, o programa Mais Médicos chegará ao total de 28 mil profissionais atendendo a população, o que beneficiaria, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 60 milhões de brasileiros.

O cadastro de reserva do Mais Médicos

Desta vez, há uma novidade no edital. O programa contará com um cadastro de reserva para agilizar a reposição de médicos nas cidades que precisarem. 

Segundo o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, o novo formato permitirá uma resposta mais rápida às demandas dos municípios:

“Serão 2,2 mil vagas de necessidade imediata, e teremos um cadastro de reserva que vai abranger 3 mil municípios. Eles poderão se manifestar pela necessidade de profissionais, de modo que poderemos responder em curto espaço de tempo, caso algum médico venha a não permanecer mais no programa”, explicou Proenço.

Atualmente, segundo ele, em cidades mais vulneráveis ou remotas, 60% dos médicos atuantes são do programa federal.

Impacto do Mais Médicos

Durante o evento de lançamento do edital, o ministro Alexandre Padilha relembrou o impacto do programa desde sua criação, em 2013:

“Eu era o ministro da Saúde durante a criação do Mais Médicos. O programa reduziu encaminhamentos de pessoas para atendimento especializado, (reduziu) custos hospitalares e ofereceu atenção à saúde das pessoas próxima de suas casas”, destacou.

Mais Médicos abre novo edital com 2,2 mil vagas e cadastro reserva: veja o que muda
Alexandre Padilha voltou a ocupar o cargo de ministro da Saúde recentemente. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Fake news sobre o programa

O anúncio do novo edital aconteceu durante um evento de acolhimento de cerca de 400 médicos brasileiros formados no exterior, que passarão pelo módulo de formação profissional do programa. 

Durante seu discurso, Padilha também decidiu criticar as fake news que ainda circulam sobre o Mais Médicos:

“Até hoje tem gente que tem coragem de criticar o Mais Médicos, e o pior… É igual quando faz fake news sobre vacina. Esta semana vi uma pessoa que até conheço. Foi meu colega na faculdade de Medicina da USP, quando fazia residência, vindo falar, criticar que o Mais Médicos é o responsável pelo aumento de filas da média e alta complexidade hoje no país, o que é uma mentira”, afirmou.

Ele ainda argumentou que estudos comprovam o impacto positivo do programa na saúde pública:

“Tem vários estudos, evidências científicas, feitas ao longo desses 10 anos, que comprovam que onde teve médico do Mais Médicos reduziu o encaminhamento para média e alta complexidade, porque vocês (médicos) cuidaram e resolveram os vários problemas de saúde como a gente espera [que seja feito] na atenção primária à saúde”, finalizou o ministro.

O Mais Médicos

O Mais Médicos foi a principal marca de Alexandre Padilha, quando ele foi ministro da Saúde na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. O programa foi lançado oficialmente em 2013, e conseguiu ampliar o acesso à atenção primária. 

Especialistas, no entanto, divergem sobre o real impacto do projeto na saúde pública com um todo. Dados indicam que o Mais Médicos não impactou significativamente os dados de redução das taxas de mortalidade, melhorias na saúde infantil e até mesmo em reduções das hospitalizações.

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